quinta-feira, 21 de abril de 2011

Oração para me escrever melhor



Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida, e assim sendo, não escrevo em português, escrevo eu mesmo! Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir.
Livros são papéis pintados com tinta, o que confesso não tem importância, pois nada tem importância!

Ainda sim faço paisagens com o que sinto, de resto, com que posso contar comigo? Uma acuidade horrível das sensações, e a compreensão profunda de estar sentindo…Uma inteligência aguda para me destruir, e um poder de sonho sôfrego de me entreter…
Sou um evadido... logo que nasci, fecharam-me em mim. E ainda insisto: Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos.

E com tudo isso, se meu coração pudesse pensar, pararia! Mas por ser metade sonâmbulo e outra parte nada, sobrevivo.
Sou nada? Não sei... um nada que dói.
Mas assim como sou, tenham paciência! Ou vão para o diabo sem mim! Ou deixem-me ir sozinha para o diabo!

Não me venham com conclusões, a única conclusão é morrer!
Minha alma está cansada da minha vida.
Todas emoções me tornam e nenhuma fica.

Obrigada caro Fernando.

domingo, 17 de abril de 2011

Suco de uva ao cair da tarde: impudico e venêreo


Mas se o que eu mais gostava, mais gostava, mais gostava... era exatamente aquela angústiazinha por trás dos olhos, dentre os lábios (quase sempre velados)... se o que mais me satisfazia era aquele enfado para com a vida, toda a falta de surpresa nas alegrias repentinas, todo desprezo para com as belezinhas preparadas pelo destino...
Se o que mais me causava catarse era aquela tragédia que você protagonizava, era o coro desmoralizado pelo seu rancor às coisas forçadamente corretas, era seu torpor pelo perdido...


Mas agora, pra você, tudo faz sentido.