segunda-feira, 9 de maio de 2011

Variante e Variável em: CORAÇÃO PARTIDO




Variável não aguentava mais ser apenas uma abstração de Variante.

Variável decidiu deixar de ser uma diferença categórica para ser uma constante na vida de Variante.

Mas Variante contentava-se em ser apenas o resumo morfológico de variável...

E no fim, nada deu certo.

"Eles num foi feliz".


(muitaaa lincença poética para esse texto!
Perdoem-me os gramáticos e amantes da Gramática Tradicional!)

de um coração frágil e bobo e acreditador das belezas vindas de fora...


Eu, na narrativa do insólito, não me reconheço tão clara a mim.
E nesses meus tropeços linguísticos se acha o fio, o ponto, a reticência, o inescrupuloso salto para os álibes e os feitos distantes do que sou.
Pudera eu ser assim de alma, de calma, de transparência... assim não haveria uma chula palma para me esbofatear as crenças, minhas prendas, meus cuidados delicados, meus carinhos despistados e toda a força carregada nas ancas de recém mulher.
Ah... e é nessas indolências alheias que meu coração ferve, que minhas pálbebras escurecem e os tons que já eram cinzas tornam-se breu-absoluto-profundo.
Desesperança, minha amiga! Ser só e só saber ser mais deve ser castigo mais aflito que ter pernas que não obedecem mais a vontade vezes tão vívida.
Aí depois dessas forçadas aquisições de desapego, de debandar do não equivalente ao que ofereço, vai virando casca dura o que antes fora um coração tão dado a afeições mútuas.
E sento-me à borda de mim e me pego cheia de bordões, de querências múltiplas que não cabem a quem é só eu. Mas ainda sim dói de dor da descrença, da decepção de eu própria ter me dado tanto e ainda sim, sendo eu, ter me esquecido de mim.
E com tantos "Eu's", esse texto só se estourou por que "Eu" quero ser bem menos "Eu's", quero um "Eu" todo meu.
Esse meu "Eu" ofertado já não vale nada se não minha própria vontade de ser toda-eu de alguém que não eu.
E nessa amassaram-me a vida.