quinta-feira, 25 de agosto de 2011

"_ Salve! _Como é que vai? _ De amigo há tanto tempo..."

_ Qual foi o trago mais dolorido que já tomou?
_ Te respondo sem pestanejar, amigo! Foi o trago dos desagravos. O trago diante o espelho que me pôs frente a frente com quem eu não conheço. Foi quando eu percebi que havia desistido, que o mundo me é tão ridículo que me escondi dele numa fenda de estratagemas polidamente fingidos.
_ Mas não me respondeu, camarada! Quero saber qual lhe doeu mais a garganta.
_ Bom, que mais doeu não sei relembrar, mas o que me rasgou o paladar foi engolir a saliva, a porra, o suor de quem eu não escolhi por gostar. Não me deram alternativa amigo, era arriar ou arriar. Daí esqueci de mim, já não me fazia diferença a escolha. Mas uma coisa lhe digo, a felicidade de terceiros promovi, talvez (digo-lhe isso por não ter nada de melhor a dizer), talvez isso tenha valido à pena.
_ Não se engane, seu calhorda! Não vê que quando deus fecha uma janela abre várias portas?
_ Porta nenhuma vi! Talvez uma se escancarava para mim, mas não me deixaram entrar, então tapei os olhos, era doer demais ver e não caminhar para seu vão, e ter a certeza de uma outra alternativa que não a dor de ser o que eu sou já me causa. É, amigo,você perde a credibilidade quando desiste de caminhar. Até seu deus de mim duvida: coloca provas e não mostra saídas, coloca o pé e covardemente me faz tropeçar. Quando penso que é amor, todos transformam tudo em algo que é tudo, menos amor. Aí desisto.
_ Mas primo, cadê o teu olhar destemido, a força que todos julgaram ser sua?
_ Você não teria estômago para escutar. Mas retomo o início da conversa fiada: O trago mais dolorido que conheço é o da cachaça!




"- O apreço não tem preço, eu vivo ao Deus dará."


(Para amiga de velhas datas, e com certeza de futuras datas também! Fernanda Cristina, amiga, companheira, confidente.)

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