quinta-feira, 28 de junho de 2012

Metafísica da deturpação melódica da inspiração secundária mágica

Missa, musa, prega a vida em mim,

Mista cria, formosura que se embrulha em meu tropeçoso sim.
Ser inumana, emana o racional longe de todo o mal ver.

Rouba o meu texto, a letra escrevo com saliva que esquiva em seu corpo meu, todo o meu ter.

Corpo esguio, me inspiro no involucro do seu corpo nu que o sol reverencia,

E o suor, o curpus de sua língua, papilas gustativas, minhas valias.

Se a vida envia a chuva o seu brilho limpa previsões e planta calmaria,

solo infértil agora produz melodias de bem-me-quer.

Toda nuvem escura que não ilumina a escura via que eu não via,

E toda estrela entrelaça e laça a minha escapadela de poesia,

Que só nasce quando seu despertar me desperta a vida, a cria, a criação.

Acionar o são e a ação de viver, para ser e florescer em letras e melodias.

E toda a estrada, a rua, rodovia,

Todo lugar de se ir, iria,

Provar o gosto do embaraço do laço de seus braços, meus guias,

A impostura de minha língua, e sua língua, no português rico de idiocrasias.

Dissimula, assimila o contra-senso do meu não,

Se bagunça na ideia do possível, do cabível, do nosso mundo escrito em um papel.

É inadmissível: desejos além.

Nós que me embaraçam e nos aperta a ponto de ser o ponto de partida para o não ser: livre.

Decifrar a cifra encantada da melodia dormida no seu travesseiro, meu aconchego.

Aconchegar-me na chegada grata de seu ar em minha atmosfera,

Espera a cor, do céu, do ser, da casa. Ar a respirar.

Sou eu o seu lar: orbicular.

Sem teto, sem parede, a rede que nos embala embriaga mais que o embriagado mar.

Mas se nos falta a matéria, a artéria pulsa e nos impulsa ao necessário pensar.

Ao Real, metafísico local para sermos além:

Ar ou lar, matéria, esfera, tudo espalhado em nós, em pontos de vazios, a sós.
Nós.
Somos além.
Nós somos além.
Além de nós.

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