Confinamentos, isolamentos, isolantes, confissões, fios e barbantes. Redecorar meu ser, não querer sofá, ser e estar mais colorida nas cortinas que tampam o que vem de fora, proteger-me mais, mas, menos aflita.
Que minhas
músicas de fossa tenham lugar, e minha geladeira reflita no tempo que eu tenho
para cuidar de mim. Mais iguarias, mais igualdade de mim para mim.
Panos de
chão e panos de prato e pratos e patos nos meus lagos que dão acesso ao meu
aceso interior reservado. Meu, reservado, que só recebe visita quando está
disposto a ser ele mesmo ,porém ,mais exposto, mas ele, ele, ele, mais ele.
Nuvens pedem
mais eu, não pedem minha aflita ajuda aos que não percebem que eu ajudo de
dentro pra fora, que eu ajudo sendo eu, que eu sendo eu posso até doer, mas
ajudo sendo dor e não mãos de afago que não são de dedos meus.
Não quero
aderir ao que não faz parte da minha pele, ao que minha alma não elegeu como
legítimo em mim. Minha aderência é grave, é gritante, quer aderir, não quer
engolir e nem ser digerida, quer aderir ao que ela quer aderir. Deglutir não é
solução, empurrar com força para dentro o que não tem lugar dentro é
violentamente uma violação.
Quero
minhas músicas e não músicas que lembram, retratam, reavivam o que vai além eu.
Tenho tantas histórias belas que criei ao som de notas que me cantam, ao gosto
de cafés feitos pelas minhas mãos, aos meus olhares que me encantam quando vejo
além, quando sou além o visível, quando sou tão eu que vejo o que sinto. Tenho tanto
de mim que preciso, não sei de solidão dentro de minha polissemia encantadora,
não sou acantoada quando visito-me, quando visto-me de roupas que fiei com
carinho para me cobrir de mim.
Penso em
soluções que também não são minhas, mas essas bobas meninas, já saem dançando
displicentemente, fingindo não serem regentes das dores que esculpiram em mim.
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